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Surf no pé

Três dias antes de partir para esta viagem, tive a oportunidade de estar algum tempo à conversa com o Pedro Martins de Lima, o primeiro surfista português, durante a etapa do campeonato nacional de surf em Matosinhos.

O Pedro é um conversador nato e ficou muito entusiasmado com a minha viagem. Quis dar-me contactos de amigos na Austrália e na Ásia, pediu-me para lhe ligar na véspera para se despedir, etc.

- Gostava de ter tido coragem para fazer o mesmo na altura certa. Não te vais arrepender, de certeza! – disse-me do fundo da sua sabedoria.

Nesse dia contou-nos uma história que, acredito eu, não se importará que partilhe aqui para efeitos de entretenimento puro.

Um certo dia, quando trabalhava numa empresa que dependia de uma multinacional inglesa, o CEO inglês veio visitar as instalações de Portugal e, naturalmente, estava tudo em pulgas e preparado para fazer grandes apresentações e todas aquelas coisas que, muitas vezes, se fazem precisamente para “inglês ver”.

Nesse dia estavam boas ondas e o Pedro tinha aproveitado a hora de almoço para ir fazer um surfezinho mas, no regresso, apanhou muito trânsito e acabou por chegar ligeiramente atrasado à reunião. O suficiente para estarem todos sentados à espera dele.

- Sir, este é o nosso activo Director de Marketing – apresentou o Director Geral quando o Pedro entrou na sala.

Ao inclinar-se para cumprimentar o CEO, sentado do outro lado da mesa de reuniões, um jorro de água salgada caiu do nariz do Pedro em cima da mesa.

- Peço desculpa, – disse enquanto limpava a água com a manga do casaco - mas esta é a prova de que o nosso Director não estava a mentir quando me chamou de “activo Director de Marketing”. É que, em vez que ir encher a barriga com coisas que fazem mal à saúde, aproveitei a hora de almoço para ir fazer um pouco de surf.

Com a sua desenvoltura e elegância, o Pedro tornou uma situação que podia ser embaraçosa num momento descontraído e, segundo conta, a reunião foi um sucesso.

Alguns meses mais tarde, quando teve que se deslocar a Inglaterra em trabalho, o Pedro cruzou-se com o CEO à saída do edifício sede da empresa, enquanto ele “esperava o motorista do Rolls Royce”. Com algumas dúvidas se este se lembraria dele e à espera de algumas perguntas sobre volumes de negócios e taxas de crescimento, decidiu aproximar-se e cumprimentá-lo. Curiosamente, a reacção e a única pergunta do sério e formal CEO inglês foi a seguinte:

- Olá! Está bom? Claro que me lembro de si. E que tal, tem feito muito surf?


Eu levei muitas vezes a prancha dentro do carro para o trabalho. E fui muitas vezes fazer surf à hora do almoço. Também faltei a muitas aulas no secundário e na universidade… mas isso não é para aqui chamado agora!

Aquela prancha no meio dos bancos do carro e o cabelo molhado ou o sal nas sobrancelhas não enganavam ninguém nas reuniões de início de tarde. E, sejamos sinceros, não era propriamente uma imagem que jogava a favor de um jovem profissional dedicado.

Na Austrália, o surf está totalmente enraizado na cultura e na forma de vida das famílias. É o futebol do Brasil! A prancha tanto anda na caixa aberta do canalizador como dentro do jipe BMW do Director Comercial. E, muitas vezes, na carrinha da mãe dona de casa! Toda a cultura de mar e de tudo o que é vida outdoor impressiona qualquer mente que já se esqueceu de que a vida é muito mais do que as quatro paredes do escritório e um ecrã de computador.

É uma sociedade onde, pela minha visão de liberalista compulsivo, as regras, a vigilância e as penalizações já pisam um bocado a linha da liberdade individual (num sentido lato) e onde as pessoas se tornaram demasiado elitistas e pouco tolerantes com quem “pensa por si” e deseja fazer as coisas de forma diferente.

Mas, tenho que admitir, estes “meninos de coro” (porque não passam disso ao lado dos Latinos) conseguiram fazer desta ilhota, que os ingleses tiveram a amabilidade de lhes deixar, um bom lugar para viver.

Todas as moedas têm duas faces… e, às vezes, venha o Diabo e escolha! Eu, para já, escolhi antecipar alguns dias a ida para a Indonésia. Além de poupar alguns dólares, a verdade é que sinto falta do calor e da água quente. E, porque não admitir, de alguma agitação e desordem!

Down under

Um português com um passaporte temporário chega à Austrália vindo da América do Sul.

Ou melhor, vamos ser específicos:

Um português, com um passaporte temporário emitido e escrito à mão na Colômbia, que faria vergonha a qualquer falsificador de terceira categoria, chega à Austrália vindo da América do Sul, depois de vinte horas de viagem, com barba de cinco dias e ainda meio drogado pelos comprimidos para dormir.

O rapaz é uma pessoa honesta e minimamente séria, por isso responde com objectividade às perguntas idiotas do papelinho da Emigração. Não traz armas, drogas, nem mais de 10.000 dólares em dinheiro. Endereço na Austrália: “hotéis”; Contacto na Austrália: “nenhum”; Profissão actual: “nenhuma”. Pronto, está o caldo entornado!

- “Hotéis” não é suficiente. Preciso de uma morada concreta e um número de contacto.

Gosto pouco que me falem no tom que aquele imbecil o fez e, a maior parte das vezes, respondo na mesma moeda.

- Amigo, se for mais fácil para si, eu meto aí o endereço e o telefone de um hotel qualquer de 5 estrelas no centro da cidade. Quantos turistas vocês recebem por ano que têm um endereço ou um número de contacto no país?
- Pois… mas assim vou ter que o mandar falar com os oficiais de emigração.
- Então mande! Já percebi que você não vai ser grande ajuda. Só está aqui para pôr carimbos.

E pronto. A partir deste momento e com este último comentário sabia que a coisa agora ia apertar e demorar um bocado.

O visto electrónico de entrada também não estava a bater muito certo. Apesar de me ter lembrado de pedir um novo visto associado ao novo passaporte, um pequeno erro do agente de viagem fez com que viesse com o nome “Parente” quando, na verdade, o meu último nome é “Pereira”. “Pinto Pereira” para ser exacto, mas isso então ia-lhes dar a volta completa à cabeça. No passaporte, claro, estão todos os nomes de família… e tanto nome faz muita confusão a esta gente.

Depois de recolher a minha bagagem, sobre o olhar atento do tal oficial de Emigração, fui encaminhado para um corredor e uma divisão à parte. “Fixe, não há fila” – pensei.

- Compreendeu todas as perguntas deste papel de Emigração?
- Sim.
- Foi você mesmo que o preencheu? Esta é a sua letra e a sua assinatura?
- Sim.
- Foi você que fez as suas malas?
- Sim.
- Tudo o que está lá dentro é seu ou está à sua guarda?

Alto lá! Não me apanhas nessa... Lembrei-me imediatamente daquele filme da americana apanhada na Tailândia com droga que alguém lhe meteu na mochila. Respondi, agora no mesmo tom grave e formal com que as perguntas me eram colocadas.

- Que eu tenha conhecimento, sim.
- Alguém mexeu na sua bagagem depois de a ter fechado? - insistiu.
- Que eu tenha conhecimento, não. Mas com tantas perguntas começo a ter dúvidas.

O interrogatório e a revista que se seguiram foram bastante exaustivos. Primeiro com um, depois com outro. As mesmas perguntas, subtilmente disfarçadas. Algumas importantes, outra nem tanto… suponho que para ver se me apanhavam em contradições. O que vale é que eu sei mentir bem e a droga já tinha sido desmarcada na carteira da velhinha que ia sentada ao meu lado no avião!

- OK, estou satisfeito. Quero apenas reforçar, uma vez que neste momento não tem emprego, que o seu visto não lhe permite trabalhar. Welcome to Australia!

Ai o caraças… nunca mais ponho “nenhum”. A partir de agora vou pôr “escritor”, “poeta” ou outra coisa erudita qualquer. Ou me tratam melhor ou me gozam, mas ao menos não desconfiam de mim!

A Austrália é um país onde tudo se faz “by-the-book”. As regras são muitas e estão constantemente a serem lembradas, com sinais e letreiros por todo o lado. Não se bebe na rua, é preciso mostrar identificação e não se fuma nos bares, não se ultrapassa o limite de velocidade, as pessoas são muito pouco tolerantes para quem não cumpre à risca, mesmo que seja por desconhecimento ou engano… e os chavalos não roubam chocolates no supermercado!

Não quero generalizar… mas já viram como se comportam os Australianos (e os Americanos, já agora) na Ásia ou na América Central? É que, como não podem fazer nada em casa, vão chafurdar para a dos outros.

É só este pequeno detalhe que irrita o meu espírito latino aqui down under. E, claro, o preço de tudo! Ainda assim, tenho conseguido dar umas “tetadas” à rede wireless de alguém e nos quiosques Internet e ando a conduzir com uma carta de condução caducada (a minha válida foi roubada na Costa Rica).

Mas xiiiiuu… não vão “eles” estarem também a controlar o meu computador! ;)



Procura-se falsificador de jeito.

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