O autocarro começa a abrandar e encostar, até que pára completamente em frente a um café moderno de uma estação de serviço.
- Vamos fazer uma paragem de 15 minutos - anuncia o condutor pelo microfone.
É de noite. Não tão tarde quanto parece... mas não se vê niguém e quase não passam carros na estrada.
Pego na mochila e saio. A mochila. A tal que nunca largo, a que leva a “minha vida toda” dentro de um rectângulo com teclas e processador Intel. Algumas pessoas deixam os pertences nos bancos enquanto vão à casa de banho ou comprar uma água; outras nem saem e continuam a dormir.
Eu não. Eu nunca mais deixo a mochila sozinha, seja onde for. Ás vezes, sou visto a passear num centro comercial de mochila às costas ou entro assim pela casa de amigos dentro. “Vais dormir cá?” - perguntam os mais brincalhões.
O autocarro ficou ali, de porta aberta, a trabalhar, mesmo a jeito para “pegar e andar”. Mas a mim, já não apanham nessas. Nem vou ficar aqui ao relento, à mercê de algum bando de bandidos que se lembre de sequestrar os passageiros para pedir um resgate ou de um grupo terrorista qualquer que decida estourar aqui uma bomba para reivindicar qualquer coisa sem importância. Naaa… a mim já não me apanham nessas.
Mas, depois, ouço o som suave das cigarras e começo a lembrar-me onde estou. Aqui não há guerras, nem catástrofes naturais, nem fazendas de plantação de droga. Não há índices exponenciais de pobreza extrema e a vida humana ainda tem algum valor, que não se ceifa por uma punhado de dólares ou um telemóvel de ultima geração.
Aqui, o motor da sociedade e da economia não é a corrupção implícita e generalizada. Não há Chavez, Castros, Mugabes, Bushes e Sadams, Shinawatras ou Fujimoris. Nem há FARCs, ELNs, grupos paramilitares, milícias populares ou resistência a viver nas montanhas.
Não, aqui não há nada disso. Aqui anda-se à vontade. Estou no meio da noite - não é tão tarde, mas parece -, num dia de semana de final de Setembro, em pleno Alentejo. Estou, afinal de contas, no melhor país do mundo! ;)
- Vamos fazer uma paragem de 15 minutos - anuncia o condutor pelo microfone.
É de noite. Não tão tarde quanto parece... mas não se vê niguém e quase não passam carros na estrada.
Pego na mochila e saio. A mochila. A tal que nunca largo, a que leva a “minha vida toda” dentro de um rectângulo com teclas e processador Intel. Algumas pessoas deixam os pertences nos bancos enquanto vão à casa de banho ou comprar uma água; outras nem saem e continuam a dormir.
Eu não. Eu nunca mais deixo a mochila sozinha, seja onde for. Ás vezes, sou visto a passear num centro comercial de mochila às costas ou entro assim pela casa de amigos dentro. “Vais dormir cá?” - perguntam os mais brincalhões.
O autocarro ficou ali, de porta aberta, a trabalhar, mesmo a jeito para “pegar e andar”. Mas a mim, já não apanham nessas. Nem vou ficar aqui ao relento, à mercê de algum bando de bandidos que se lembre de sequestrar os passageiros para pedir um resgate ou de um grupo terrorista qualquer que decida estourar aqui uma bomba para reivindicar qualquer coisa sem importância. Naaa… a mim já não me apanham nessas.
Mas, depois, ouço o som suave das cigarras e começo a lembrar-me onde estou. Aqui não há guerras, nem catástrofes naturais, nem fazendas de plantação de droga. Não há índices exponenciais de pobreza extrema e a vida humana ainda tem algum valor, que não se ceifa por uma punhado de dólares ou um telemóvel de ultima geração.
Aqui, o motor da sociedade e da economia não é a corrupção implícita e generalizada. Não há Chavez, Castros, Mugabes, Bushes e Sadams, Shinawatras ou Fujimoris. Nem há FARCs, ELNs, grupos paramilitares, milícias populares ou resistência a viver nas montanhas.
Não, aqui não há nada disso. Aqui anda-se à vontade. Estou no meio da noite - não é tão tarde, mas parece -, num dia de semana de final de Setembro, em pleno Alentejo. Estou, afinal de contas, no melhor país do mundo! ;)