Férias proibidas

Segundo uma notícia do jornal Publico, a prática de windsurf, kitesurf e “outros desportos semelhantes” foi proibida na Ria Formosa, como medida preventiva e em consequência de alguns acidentes verificados este ano. “Uma mulher ia sendo decapitada…” (as barbaridades que se dizem).

O que realmente me preocupa não é não poder fazer windsurf nem kitesurf na ria (eu não pratico nenhum deles). Nem mesmo um dia não poder fazer surf na praia de Matosinhos, só porque alguém se magoou a sério ou morreu com uma pranchada de uma das 6 escolas (sim, 6!) que ali funciona, sem legislação e fiscalização apropriada. É só uma questão de tempo, acreditem.

Não me preocupa, porque vou fazer na mesma. Da mesma forma e com a mesma consciência com que ando a mais de 120 km/h na auto-estrada.

O que me preocupa é esta tendência para a solução simples (ou falta dela, na verdade). Como não se sabe como fazer, proíbe-se. Não se sabe como delimitar áreas separadas para surf e banhistas, proíbe-se (o surf, não os banhistas). Não se sabe como criar acessos e espaços decentes para autocaravanas, proíbe-se. E assim por diante.

Sendo o turismo um dos principais produtos portugueses, seria necessário “botar mais pensadura” numa série de coisas relacionadas. E, como convém nestas coisas, copiar os bons exemplos dos vizinhos… como, por exemplo, no caso do surf e das autocaravanas, da França.